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Veja bem, se alguém te disser que o futuro da energia está nas mãos de Google, Amazon e Microsoft, você provavelmente vai pensar que é exagero. Que “não pode ser”. Mas a realidade está mudando mais rápido do que imaginamos: as grandes empresas de tecnologia já estão construindo reatores nucleares. Sim, você leu corretamente. Não é ficção científica, nem conspiração. É o renascimento nuclear, liderado por empresas que, alguns anos atrás, só associávamos a buscadores, compras online ou sistemas operacionais.

Por quê? Porque alimentar a inteligência artificial tem seu custo. Um mundo cheio de IA, com aqueles assistentes virtuais que fazem de tudo, requer energia suficiente para iluminar uma cidade. E, por mais que nos vendam a energia solar ou eólica como a panaceia da sustentabilidade, não é suficiente. Não no mundo de hoje, nem no de amanhã.

Então, vamos te contar, ponto por ponto, como Google, Amazon e Microsoft estão embarcando na construção de suas próprias usinas nucleares. Aqui, sem floreios nem rodeios.

Por que as Big Tech querem sua própria energia nuclear?

Toda vez que você faz uma pesquisa no Google, um clique, um comentário no Facebook, é gerado um consumo de energia. Some todas essas pequenas operações, dia e noite, milhões de vezes por minuto, e você terá uma demanda energética que as energias renováveis não conseguem suprir. As Big Tech sabem disso, e por isso estão mirando no nuclear. E não é qualquer energia nuclear, veja bem, é algo mais moderno e controlado: os pequenos reatores modulares, ou SMRs. Eles ocupam menos espaço, não custam uma fortuna e podem ser instalados em locais onde uma usina nuclear convencional não caberia.

Google e Microsoft já consomem mais eletricidade do que alguns países inteiros, e, se há algo de que estão seguros, é que a IA só vai multiplicar esse número. Falar de “economia” energética com esses dados é praticamente uma piada de mau gosto. Por isso, em grande escala, decidiram que a energia nuclear é o único caminho para um futuro em que seus centros de dados continuem funcionando sem interrupções. E quem vai impedi-los?

O renascimento nuclear e os SMRs: Reatores de bolso para a nova era

A novidade na energia nuclear não é mais do mesmo. Estamos falando dos SMRs, reatores que vêm em módulos. Mais baratos, menores e fáceis de montar, quase como se fossem um Lego, e cada um deles pode fornecer energia suficiente para alimentar uma pequena região ou um complexo industrial gigante. Nada de esperar décadas para construir a usina ou gastar milhões em excesso. Esses pequenos reatores são montados onde são necessários e vão sendo adicionados conforme a demanda cresce. Perfeito para as necessidades de Amazon e companhia.

Qual é a ideia? Um futuro em que a energia nuclear seja rápida de instalar, acessível e livre de emissões de carbono. A combinação perfeita para manter a IA funcionando, com total independência energética. E, além disso, com menos riscos do que as usinas de antigamente.

Como Google, Microsoft e Amazon estão nuclearizando a IA

Desde setembro de 2024, essas empresas de tecnologia abriram a carteira para fechar acordos históricos no setor energético. Aqui estão suas jogadas principais:

  • Microsoft assinou um contrato de 20 anos com a Constellation Energy, uma empresa que vai investir 16,6 bilhões para reabrir a planta de Three Mile Island, na Pensilvânia (sim, aquela que protagonizou o pior acidente nuclear dos EUA, mas calma, apenas a parte não afetada). Toda essa energia irá diretamente para seus centros de dados.
  • Google fechou um acordo com a Kairos Power para encomendar uma frota de sete SMRs (esses reatores de bolso). Os primeiros estarão prontos em 2030 e novos serão adicionados até 2035. Nada de meios-termos: o Google se comprometeu a ter uma fonte constante de energia nuclear apenas para sustentar sua expansão em IA.
  • Amazon se juntou à Dominion Energy e, além disso, planeja investir 500 milhões em outros três projetos de SMRs em diferentes pontos dos EUA, com um total de 960 MW de potência se conseguirem colocar tudo em funcionamento.

Em resumo: as Big Tech estão se tornando donas de sua própria energia, e não de qualquer energia. Elas estão indo em direção ao nuclear, em grande escala, e com os SMRs como seus aliados perfeitos para manter a inteligência artificial funcionando a todo vapor. Porque, quando você é Amazon ou Google, precisa de mais do que promessas de sustentabilidade e turbinas eólicas.

Por que os SMRs são o futuro (e Por que ninguém quer Aceitar)?

Vou te dizer de forma simples: os SMRs são o Ferrari da energia nuclear. Eles reduzem o risco, custam menos e podem ser escalados conforme necessário. Com eles, não é preciso esperar que os cientistas descubram algo melhor, nem aguardar meteoritos cheios de energia limpa caírem do céu. Os SMRs já estão aqui, e as Big Tech vão usá-los para garantir sua independência energética e sustentabilidade. E aqui vem o “porém” de sempre: não é barato, nem imediato, nem isento de desafios.

É claro que, como tudo no mundo nuclear, os SMRs também têm seus detratores. Há quem fale sobre os resíduos nucleares, sobre a segurança… Mas as Big Tech parecem dispostas a seguir em frente, e os governos, após a crise energética europeia e o conflito na Ucrânia, também não querem continuar dependendo de outros para manter as luzes acesas.

O mundo muda com os SMRs e as Big Tech no comando

Este renascimento nuclear tem um aroma de revolução. Google, Amazon e Microsoft não estão apenas garantindo eletricidade para continuar operando. Estão estabelecendo um novo padrão de independência energética. Não estamos mais falando de “desenvolver sustentabilidade” como um lema vazio, mas de um plano concreto e funcional para enfrentar as demandas energéticas do futuro, especialmente as da inteligência artificial.

Este é o futuro da energia? Se elas conseguirem, talvez seja. Nesta nova era nuclear, as Big Tech não querem ficar sem opções. Porque, quando falamos de futuro, dos grandes, do progresso em velocidade de cruzeiro, é melhor pensarmos em grande.

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